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domingo, 19 de junho de 2011

IDENTIFICANDO OS QUADROS

Para os que gostam de HDs antigas, vale a máxima:


Hard Tail - Ever


Duo-Glide - Maybe


Softail - Never



Portanto, nas HDs antigas pré Evo, ou não há suspensão traseira ou esta é por balança com dois amortecedores, qualquer coisa fora disso é gambiarra.


O intuito dos textos continua sendo apenas o de dar um horizonte para quem quer conhecer um pouco das antigas, não vou explicar como diferenciar quadro de panhead pelos suportes da buzina ou quadros de 750cc pelo formato dos batentes da frente. Para isso existem os livros !

Todos os motores flatheads foram montados em quadros rabo-duro e com frente springer, a única exceção foi no servicar de 1958 adiante, que tinha frente hidráulica.

Portanto, moto flathead com frente Hydra, independente da cilindrada, ou teve a frente ou o motor trocados.


Os motores Panheads foram os utilizados no maior número de configurações de suspensões:



1948 rabo duro com frente springer

1949-1957 - rabo duro com frente hydra

1958-1965 - amortecedor traseiro com frente hidráulica


Podemos dividir os quadros hard tails basicamente em dois grupos: os das 750cc e os das big twins,



Quadro 750 cc


Na minha visão são os quadros mais bonitos já fabricados pela HD, são curvilíneos, dão a impressão de leveza e velocidade, mas na realidade não são nem uma coisa, nem outra ...



A principal característica desses quadros é o fato do tubo dianteiro inferior ser único, muito semelhante ao quadro das J da década de 20, se diferenciando principalmente pelo suporte do motor, horizontal para os motores flatheads e vertical para os motores F-heads.





O câmbio é parafusado diretamente ao quadro, tendo uma base plana no próprio quadro para isso, os primeiros eram fixados com apenas dois parafusos, os últimos com três parafusos. Não há suporte para plataformas, mas sim dois olhais por onde passam dois eixos onde serão presos os suportes




Quadros de big-twin



Caracterizam-se pelos dois tubos inferiores, formando um berço duplo.







Os suportes do motor são horizontais e existem suportes semelhantes ao do motor para a base do câmbio, que por sua vez é parafusada ao câmbio.




Os suportes para plataforma são fixados direto ao quadro



Em relação aos tubos dianteiros são divididos em dois grupos:


Straight legs – com os tubos dianteiros retos, foram usados nas flatheadas big twins e nas knuckleheads, existe uma versão Bull Neck, onde o “pescoço” do quadro é mais curto, para ser usado com a frente springer off set ( o garfo fixo fica avançado em relação ao centro da mesa )





Wish bone – “osso do desejo”, esse nome curioso se refere a semelhança dos tubos dianteiros do quadro com aquele ossinho de galinha que se parece com uma forquilha e se faz a simpatia do desejo. Esse quadro foi usado nos motores panhead




Duo-Glide


Foram usados nos motores panheads e shovelheads e ainda hoje nas Dynas


Esses quadros são basicamente os hard tails com a adição de uma balança traseira e dois amortecedores.





É um quadro curto, dá a impressão de um quadro cortado pois a parte superior traseira do quadro é feita por duas “espadas” fixadas a ele



Esses quadros sofreram duas grandes mudanças, sendo a primeira em 1965 com a mudança do tanque de óleo que deixou de ser em ferradura e passou a ser na lateral esquerda da moto e a bateria saiu do centro do tanque de óleo passando para a lateral oposta . A HD seguiu o caminho oposto ao mudar para softail, retornando ao tanque ferradura




A segunda foi na balança traseira, que em 1973 deixou de ter o perfil tranversal redondo


e passou para perfil quadrado com a adição do freio a disco traseiro. Nesse momento os amortecedores traseiros de 13 ½ pol foram substituídos por amortecedores de 12 pol com manutenção da altura da moto.







Atenção

A HD sempre usou tubos espessos e soldas de qualidade, mas o passar dos anos e o mal uso faz com que quadros íntegros sejam artigos raros. São comumente mal reformados, com substituição de seus tubos por outros de baixa qualidade ou resistência, soldas de baixa qualidade e/ou mal alinhados.


Em todas as motos que passam pela minha mão dou uma atenção especial ao quadro, em primeiro lugar um jato de areia, assim posso ter uma real idéia da situação, das emendas, soldas e trincas que por ventura existentam.


No quadro da flathead 41 encontrei minha maior surpresa até o momento, as curvas inferiores do quadro foram restauradas com massa plástica !!! Essas curvas merecem uma avaliação especial em todos os quadros pois geralmente estão gastas e amassadas devido a pouca altura dessas motos.



Não vale a pena economizar aqui, procure por mão de obra especializada, aquele cara que é bom de solda e diz que faz, é uma roubada. Procure alguém especializado em quadros, e sempre, eu disse sempre, entregue a moto com o bloco do motor para ser alinhado. Já me dei mal com uma besta famosa que me falou que não precisava pois tinha um gabarito do motor



Depois dos reparos feitos, um novo jato, agora de microesfera de vidro ou de óxido de alumínio, que dão um acabamento mais fino e permitem um resultado melhor da pintura. Eu faço sempre pintura epóxi a pó, mesmo não sendo o padrão original, o resultado é excelente e tem maior resistência



Todos os suportes do motor e do câmbio devem estar sem tinta no momento da montagem, proteja-os ou esteja preparado para retirar a tinta depois da pintura. Sempre uso um fosfatizador nesses pontos antes da montagem para evitar oxidação precoce



Mais dois pontos merecem atenção especial, primeiro o “pescoço”, pois muitas dessas motos tiveram o ângulo alterado, principalmente na década de 70. Essa região não é plana, se estiver, tenha certeza que tem solda e foi preenchida por massa, a presença de um cordão de solda nesse local desvaloriza todo o quadro



A outra região é o final do quadro no caso dos rabo-duros, onde se encaixa o eixo traseiro, é uma peça cheia de detalhes e suportes, sua substituição é possível pois ainda hoje se encontram réplicas a venda, porém ao custo aproximado de U$ 500 o par, fora frete e impostos. Mas vale a pena, as peças feitas com aço cortado, apesar de funcionais, também desvalorizam o quadro


De qualquer forma, prefiro um quadro com solda no “pescoço” do que um com ângulo alterado, e prefiro um com os terminais traseiros feitos de aço do que um com uma balança adaptada




Próximo texto: Identificando as frentes.

2 comentários:

Ol'Jones disse...

Espero que já esteja bem da operação! Só para lembrar, estas scooters novas são automáticas!!!!!!

Bikes to the bones disse...

Excelente matéria, curta e esclarecedora. Parabéns!

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